Democracia, para que te quero?

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Democracia, para que te quero?

Democracia, para que te quero?” é um projeto da TSF, em parceria com o Ministério da Educação Ciência e Inovação que regressa às escolas para dar voz aos jovens e colocá-los a refletir sobre a democracia em Portugal.

O primeiro episódio do programa desta nova temporada realizou-se a 8 de maio no Agrupamento de Escolas do Fundão e contou com a presença de oito alunos da escola secundária no debate, perante o auditório cheio. A iniciativa começou com uma contextualização do sistema democrático português realizada por Daniela Nunes. Seguiu-se a análise crítica das alunas sobre o impacto da desinformação na sociedade atual. Nos dois painéis, os participantes abordaram temas como o controlo das instituições, a descentralização do poder, o papel da justiça, a desinformação e os desafios da representatividade política, sob a orientação de Daniela Nunes, politóloga e conselheira científica do projeto, e de Fernando Tavares, jornalista da TSF.

Na primeira parte do programa, Matilde Brito, Maria Mendes, Maria Gavinhos e Núria Canárias trouxeram ao debate a importância de compreender e questionar o funcionamento das instituições democráticas.

Maria Gavinhos alertou para “a facilidade com que a informação se espalha nas redes sociais”, o que pode ser “muito perigoso” para a formação de opiniões livres e conscientes.

Matilde Brito explicou os sistemas eleitorais, defendendo que “as listas devem ser abertas ou semiabertas para dar uma maior oportunidade às pessoas”. Já Maria Mendes expressou a sua preocupação com a perceção de falta de imparcialidade na justiça portuguesa, reconhecendo que muitos jovens sentem que as instituições não os representam.

Na segunda parte do programa, Rodrigo Ascensão, Martim Fernandes, Nuno Fians e Luna Gamanho deram continuidade à reflexão, agora centrada na descentralização do poder.

A aluna Luna Gamanho começou por abordar o papel do parlamento, destacando as suas virtudes e limitações. Rodrigo Ascensão questionou a instabilidade política recorrente em Portugal, exemplificando com é possível manter estabilidade com um governo minoritário. Martim Fernandes defendeu a descentralização e o poder local como elementos essenciais à representatividade, afirmando que “nada consegue juntar mais o povo do que o poder local”. Por sua vez, Nuno Fians criticou a concentração de recursos em Lisboa e no Porto, apontando a estagnação do interior do país como sinal de injustiça no desenvolvimento. “O poder local resolve os problemas das pessoas de imediato, diferente do poder central”, referiu.

No fecho do programa, Daniela Nunes reforçou a qualidade das intervenções”, elogiando os jovens por darem vida e sentido à reflexão democrática em tempos de polarização.

João Albino, aluno do 10.º LH do AE do Fundão